Sílvia Bijoux e Acessórios

sábado, 21 de outubro de 2017

91 - UM DIA QUE ERA PARA SER FELIZ...

Hoje era um dia que deveria ser feliz.

Feliz porque meu sobrinho tão amado faz 18 anos.

Feliz porque uma das minhas melhores amigas faz aniversário.

Feliz porque eu deveria estar entre amigos e parentes que me querem tão bem. Mas que ao mesmo tempo me fazem muito mal por não saberem lidar com a minha depressão.

Mais uma vez me isolo. 

Me isolo do mundo, me isolo das pessoas, me isolo dentro de mim mesma e me enclausuro para não sair gritando pelo mundo como uma maluca.

A vontade que tenho é de ligar o foda-se e fazer o que quiser e o que vier na minha mente. Mas não posso. 

Anos e anos de repressão, de tentar fazer o que os outros querem para agradá-los e me aceitarem me trouxe aonde estou agora.

Anos e anos tentando ser o que eu nunca fui me trouxeram ao final do poço novamente. E cada vez que isso acontece fica mais e mais difícil de sair do buraco.

Talvez eu tenha errado em alguns aspectos. Talvez eu não devesse ter invadido o espaço dos outros e buscado respostas que estavam na minha frente mas que eu nunca quis ver de verdade. Sim, por esta invasão eu peço desculpas.

Mas não peço desculpas pelas coisas que descobri, que finalmente, só desta forma tão drástica, eu consegui enxergar. Não peço desculpas por ser depressiva, não peço desculpas por estar doente, não peço desculpas por não fingir que tudo está bem, porque NÃO ESTÁ!!!!

Não peço desculpas, ao contrário, exijo desculpas por também terem invadido minha privacidade e duvidado de meus sentimentos, de minha doença. E o que para mim é pior - para pessoas que não fazem mais parte do meu dia-a-dia há anos por fatos que não vem ao caso agora.

A invasão de privacidade foi dupla. Para um lado trata-se apenas de questão moral, de orgulho ferido porque sabem que falaram o que não é verdade, ou o que não querem enxergar como verdade. Para outro lado a invasão foi pessoal, foi uma punhalada, foi um sentimento muito ruim de abandono, de quebra de confiança, de coração machucado e magoado. Para um lado provavelmente logo vai passar, pois a mente é sã. Para outro, que já tem a mente conturbada demais com problemas adquiridos desde a infância e que só agora vêm a tona vai custar para passar. Talvez nunca passe. Talvez esse outro lado resolva apenas colocar mais uma pedra em cima de mais um assunto para tentar levar a vida adiante e fingir que o mundo é perfeito, a vida é bela, o ser humano é lindo e todos se amam.

Para esta mente, cansada, alquebrada, despedaçada, sofrida e magoada o único descanso que ela consegue ver no momento é o descanso eterno.

Até quando, Jesus, meu Mestre, eu conseguirei suportar tamanha dor?

Fica a pergunta...

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

90 - AFINAL, O QUE FAZER?? FICA A PERGUNTA...

O que fazer quando te derrubam, quando tiram seu chão?

O que fazer quando você duvida da sua própria sanidade? E o que é pior, quando as pessoas que mais importam pra vc duvidam dos seus sentimentos e acham que tudo não passa de “coitadismo”?
Nossa! Que dor.

Nunca pensei que fosse sentir tanto. Não consigo nem descrever direito meus sentimentos.

Vazio.

Solidão.

Angústia.

Pânico.

Tristeza.

A vontade de sumir só aumenta.

A vontade de morrer vem sempre crescendo em proporções assustadoras. Isso me assusta muito.

Viver realmente perdeu o sentido.

Viver pra que?

Viver pra quem?

Será que meu destino é esse?

Será que minha missão é tirar minha própria vida?

Será que eu fui tão má assim em vidas passadas?

Será que eu sou tão má assim nesta vida?

Que caminho eu devo escolher?

Como achar novamente a luz se estou perdida na escuridão sem fim?

Será isso tudo num pesadelo ou imaginação minha?

Quisera eu saber as respostas para todas as minhas angústias.

Quisera eu conseguir ser feliz de novo.


Quem sabe um dia eu consiga outra vez, nesta ou em outra vida…

88 - UMA ESTRANHA AO ESPELHO

Este texto eu escrevi em janeiro de 2017 e ainda não havia publicado até hoje. Então, aqui vai...



QUEM SOU EU? 


NO QUE EU ME TORNEI? 


Que pessoa covarde,  sem vontade,  sem sentido,  sem brilho,  triste,  amargurada é essa que eu vejo no espelho? 


Olho e não me vejo. Vislumbro uma estranha. Uma pessoa sem cor,  sem vida,  sem vontade, sem sonhos. Vejo uma pessoa solitária por opção ou por não saber como pedir ajuda. 


Vejo um animal acuado, encolhido em seu canto,  com medo das pessoas ao seu redor. Uma pessoa triste, chorosa, irritadiça,  que num rompante pode se tornar raivosa,  descontrolada, incapaz de controlar seus próprios instintos e plenamente capaz de acabar com a própria vida. 


Vida.  Viver para que? Viver porque? Que sentido tem a vida hoje em dia?  


Tornei-me uma covarde,  abobalhada.  Que se  deixa destruir,  que deixa que os outros façam o que quiser dela,  que não se valoriza,  que deixa ser humilhada,  espezinhada, dominada, idiotizada. 


Quem sou eu afinal? Pra que  continuar vivendo? Pra que fazer meus parentes queridos sofrerem?


Quero paz.  Preciso de paz. Onde vou encontrá-la,  meu Deus? 


Paz…  Silêncio… Calmaria… Liberdade.  


Será que consigo encontrar isso com a morte?  Não quero fazer minha família sofrer mais.  Não aguento mais sofrer. O que será que Deus reservou para mim?  


Não tenho mais forças.  Não quero mais lutar.  Quero paz.  Apenas paz… 


Perdoem meu egoísmo. Mas preciso partir. 


Deixo aqui meu até logo,  até breve,  adeus. 


Preciso partir…