Sílvia Bijoux e Acessórios

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

83. DEPRESSÃO SIM, E DAÍ???

Olá amiguinhos,

Eis que venho aqui escrever novamente o que vai na mente.

Fiquei pensando muito nesses últimos dias...

Robin Williams morreu. Morreu de que? Asfixia? Essa pode ter sido a causa da morte, mas não o que o matou. O que o matou? Uma DOENÇA chamada DEPRESSÃO!!!

Sim, doença. E sim, depressão. Para os incrédulos de plantão que acham de depressão é frescura de quem quer chamar a atenção sobre si aqui vai uma dica:

Depressão é uma doença sim, é séria sim e, acreditem, mata!!!!

OHHHHHHHHHHH

Depressão mata? Não sabia!!! Devem estar pensando agora.

Não, a doença depressão não mata. Quem mata, ou melhor, se suicida, é a pessoa que sofre de depressão. 

Porque ela faz isso? Vários motivos e todos eles frutos desta doença cruel que faz com que as pessoas se sintam cada vez mais tristes, com medo, incompreendidas, encurraladas até que façam uma loucura sem volta.

Algumas pessoas tem anjos da guarda de plantão e recebem uma segunda (ou seria terceira??) chance na vida. Mas mesmo assim têm dificuldades de encarar a vida novamente.

Dificuldades que variam de caso para caso, de acordo com a dura realidade de cada uma delas. Dificuldades que se criam quando pessoas ao redor do depressivo não conseguem entender, enxergar e até mesmo aceitar a condição na qual se encontra aquele ente querido.

Li em uma rede social um post do Tico Santa Cruz que transcrevo uma parte: 

"Todo mundo tem respostas e soluções para os problemas e as dores dos outros. Todos tem conselhos e julgamentos sobre as decisões, "Certas" ou "Erradas". Poucos realmente são capazes de silenciar e se colocar no lugar daquele para qual aponta os dedos em seus julgamentos, teses ou soluções...Existe cura e tratamento para depressão sim. 
Mas nem todo mundo tem mais tanta paciência pra um lugar tão estranho como esse. E repito, pessoas mais sensíveis tendem a ter menos tolerância a essa maneira como estamos vivendo... Não podemos banalizar a DOENÇA DEPRESSÃO, mas é muita PRETENSÃO de vossos Juízes do ... ficarem dando suas sentenças a respeito das escolhas dos outros..."

Sábias palavras. Sábias e muito reais e verdadeiras.

Muito fácil para quem não passa "na pele" julgar, apontar o dedo, crucificar, virar as costas e negar ajuda. Ou tem aqueles que realmente tentam ajudar, pois amam a pessoa que sofre com a depressão mas não sabem como. Pessoas que tentam ajudar dizendo que temos que “olhar para o mundo de forma menos pessimista”, ou que passam horas ao lado da pessoa que sofre de depressão apenas relatando tudo o que há de bom em suas vidas  e tentando convence-lo de que não tem motivos para se sentir mal com a vida, pois a vida lhe deu tudo o que uma pessoa precisa para ser feliz. 

Isso não ajuda muito quando se está em crise. Muitas vezes o que precisamos é apenas de um acolhimento, sem conselhos, sem broncas. Apenas uma pessoa que saiba ouvir, sem criticas e julgamentos – parece fácil, mas não é. 

E quando não conseguimos isso nos vemos tão desesperados que não vemos solução. Aí vem o pensamento suicida que nada mais é do que desespero em sua forma mais brutal. É uma tentativa de solução, por incrível que possa parecer. O suicida não quer terminar com a vida, quer terminar com o sofrimento, mas mão está vendo soluções alternativas.

Enfim, depressão tem cura? 

Sim, para alguns tem. Basta que se procure ajuda com as pessoas certas e indicadas para te ajudar neste processo longo, duro e cruel, pessoas que saibam te levar aos caminhos certos para te ajudar a sair da depressão. 

Então, mãos à obra. Vamos tratar de entrar em remissão em mais este buraco negro que apareceu na minha frente.

É isso.

Beijos nas crianças e até breve...

sábado, 9 de agosto de 2014

82. A ESTRANHA NO ESPELHO

Olá amiguinhos,

Lá vou eu de novo no carrossel de emoções.

Confesso que estou cansada. Cansada não. Esgotada!

Tentar ser feliz, aceitar a nova oportunidade que Deus me deu, e acima de tudo me aceitar como sou agora esgotou todas as minhas forças.

Não sei mais quem eu sou. Perdi minha personalidade.

Não sei mais quem eu sou. Perdi o brilho que sempre tive no olhar.

Não sei mais quem eu sou. Perdi a alegria e o sorriso no rosto.

Me olho no espelho e não me vejo. Vejo uma estranha. A estranha que eu me tornei.

Me olho no espelho e não me aceito. Não do jeito que estou. Me tolero. É isso.

O câncer me trouxe muitas, inúmeras e infindáveis alegrias. Me trouxe vários novos amigos. Amigos verdadeiros, de coração, de luta, de garra e de fé. Me fez perceber o quão valiosa é minha família para mim. 

Mas ele também me trouxe inúmeras tristezas. Tristezas essas que às vezes eu consigo esquecer, ou melhor, consigo deixá-las lá no fundinho escondidinhas. Mas que em outras horas elas afloram, transbordam, avançam com força total arrasando tudo o que consegui construir.

Cruel. Este é o nome que deveria se chamar a tal da depressão.

Minha vontade hoje é de me enfiar debaixo da cama e nunca mais sair. Minha vontade hoje é de entrar dentro do armário e ficar lá escondidinha pra ninguém me achar, nem eu mesma. Minha vontade hoje é de simplesmente ser invisível.

Cruel. Eu sofro e faço as pessoas próximas a mim sofrerem também. Se preocuparem comigo, com meu futuro, com meu dia amanhã.

Será que estou sendo egoísta? Será que estou exagerando? Será que será o que eu não sei o que será?

Tudo isso passa pela minha conturbada mente. Tudo isso gira e paira sobre mim agora. Tudo isso me confunde.

Hoje eu me olho no espelho e não me vejo. Vejo uma estranha de cabelos curtos, olhar triste, solitária, gorda, deformada.

Quem é essa estranha que me olha no espelho? Espero sinceramente um dia conseguir descobrir e aprender a sorrir e ser feliz novamente com ela.

Hoje não tenho beijos para deixar, amiguinhos...

Tenho apenas um até breve...